Sobre Queer Eye e uma provável desconstrução da moda. - Admirável Inconstância

Sobre Queer Eye e uma provável desconstrução da moda.

Publicado em 21/03/2019



Olá, tudo bem? Espero que sim! Bom hoje decidi reabrir a tag "Adorável Entretenimento" com as minhas primeiras impressões sobre Queer Eye, a série mais badaladíssima do momento sobre makeovers, reformas fashion e outras coisas mais. E também uma breve reflexão sobre os próprios realities shows de moda.

Não é de hoje que assisto programas desse gênero. Como uma viciada em Home & Health, lembro que as quartas-feiras da emissora eram dedicadas apenas a moda. De várias maneiras. Para ser honesta, há uns 2, 3 anos eu pretendia trazer esse assunto para um antigo blog meu, mas nunca tive a oportunidade (ou pode chamar de preguiça também, bloqueio criativo... Tantos nomes.). Até hoje. 
Uma pequena história...
O meu vício se concentrava em dois programas basicamente: “Mude o meu Look” e o “Esquadrão da Moda” americano. Era muito fácil me pegar chorando, até porque o roteiro de ambos os shows era para realmente fazer emocionar. Histórias de baixa auto-estima sempre me tocam de uma maneira que não conseguia conter as lágrimas. Porém, entretanto, todavia a medida que eu ia assistindo os episódios tinha uma coisa que me incomodava muito: As pessoas sempre eram “reformadas” da mesma maneira.
No programa “Mude o meu Look” isso era mais descarado: a participante era alguém “desajeitada” ou “inadequada”. Havia uma grande emoção (foco na Thamyris ficando emocionada), um monte de roupas sendo jogadas fora e no final um padrão “vestido + salto alto ou blusa “comportada” + saia + salto alto”. E digo que teve uma hora que isso começou a me deixar muito chateada, para dizer o mínimo. Não havia inovação ou o mínimo respeito pelo estilo das pessoas. Ok, haviam alguns que realmente o negócio era tenso, mas em alguns casos era mais questão de adaptar.
Mas sigamos... Após contar esta pequena experiência, passei uns bons anos longe de qualquer tipo de programa deste gênero em particular. Principalmente porque perdi muito do interesse. 
Até que há dois dias eu vi essa série que todo mundo fala dela, há um bom tempo. Inspirada na famosa série “Queer Eye for the Straight Guy”, a Netflix resolveu fazer um reboot com outro “Fab 5” e encurtou o nome para “Queer Eye”, o que é bem melhor porque é fácil de decorar. 

Como disse, no meu círculo de amigos, quase todo mundo tinha visto a série. E eu vou confessar que tenho uns problemas em assistir séries que todo mundo assiste. É quase um espírito “hipster reverso”, e isso meio que já aconteceu com Game of Thrones e The Walking Dead. Mas enfim, decidi assistir. E bem... 

A SÉRIE É FABULOSA! Desculpe o trocadilho sem intenção. 

Como eu disse estes dias no meu twitter, Queer Eye é um Esquadrão da Moda + programas do H&H mas com mais humanidade. Apesar de eu assistir a primeira temporada neste exato momento, já sei que a terceira tem a presença de mulheres e eu acho que poderei dar um veredito mais definitivo quando chegar lá. Entretanto, isso não invalida os quatro episódios que assisti até agora. 

Os 5 fabulosos são pessoas que eu amaria fazer amizade. Por exemplo, eles vão mudar o seu estilo? Vão, mas sempre respeitando quem você é e o que você gosta de vestir. Ah, você gosta de bermudas acima do joelho? Beleza, o Tan vai pegar um modelo que valorize a pessoa que você realmente é, e não um vestido genérico que não tem nada a ver com seu estilo, apenas para te encaixar em algo "aceito pela sociedade". Fora que o próprio programa tem um tato incrível em mostrar as situações pelos quais os participantes passam e eu confesso que mesmo sendo do gênero oposto, eu me identifiquei com algumas coisas. Mas isso é papo para outro post. 

O meu fab-boy favorito definitivamente é o Jonathan, seguido pelo Karamo. Mas obviamente cada um tem sua importância. Por exemplo, os dois primeiros são responsáveis pelas partes de cuidado pessoal e cultura, respectivamente. Tem o Antoni, responsável pela comida, o Tan, pela moda e o Bobby, pelo design de interiores. Como disse, geralmente esses programas me emocionam, mas sabe aquela emoção “de verdade”? Foi o que eu senti. É uma série que pretendo continuar a ver, e mesmo não sendo obrigatório vê-la em ordem, porque cada episódio é único, eu farei updates neste post sobre minhas impressões das três temporadas.

E eu termino este post com uma provocação básica. O programa é fantástico e tal. Mas como faz falta um programa neste estilo feito por mulheres para mulheres. Onde poderia rolar um empoderamento real, mesmo que estético. Não essas coisas de mude-de-estilo-apenas-para-atrair-os-homens-"certos" ou você-só-se-veste-assim-para-chamar-a-atenção, mas sim um verdadeiro respeito pela essência da pessoa. 

É isso,
Thanyx.

Um comentário:

  1. Emoção DE VERDADE, é bem isso que a gente sente mesmo. Como é que pode, né? Eu demorei muito mais do que devia pra começar Queer Eye e agora já quero ser amiga de todos eles.

    Se somarmos isso ao fato de que comecei a olhar pro meu guarda-roupa (e até pra mim) de outra forma (isso que li Marie Kondo também! hsaushausha), a gente tem um resultado de querer se transformar junto com as histórias deles. É ótimo ♥

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