Doses Textuais... Marge e Johnny. - Admirável Inconstância

Doses Textuais... Marge e Johnny.

Publicado em 01/07/2016

Olá pessoal, tudo bem? Então este texto que postarei agora ele é do meu antigo blog, o meu (não!) incrível mundo, e é datado de 2012. Às vezes republicarei alguns posts antigos seja por identificação, seja por ainda gostar do tema. Entretanto não farei como no blog anterior, onde programava determinado post e sumia! Dessa vez será mais aleatório, esporádico! Enfim, espero que curtam! Não sou escritora, mas às vezes o lado criativo faz morada e já sabem né... Para isso criei a categoria/tag "Doses Textuais" que terão algumas histórias criadas por mim. Enjoy!
Vou lhes contar a história de Margarida e João. É uma história clichê então, não se assuste ou surpreenda-se. Ele era um simples publicitário e ela uma jornalista. Se conheceram na faculdade, no longe ano de 1985, tempo de Diretas Já! Ambos já terminavam e estavam entusiasmadíssimos para começar a trabalhar, afinal tinham um momento histórico para falar, dissertar, publicar e promover. 

João, ou carinhosamente apelidado de Johnny pelos colegas, olhava às vezes para Margarida, mas a menina era tão distraída que só tinha olhares para manchetes e pesquisas sobre a quase extinta ditadura. Isso frustrava muito o menino, oras e o distraía também. Muitas vezes era chamado a atenção nas aulas por pensar na menina de tez morena e olhos mel que se destacavam. Os seus amigos o zoavam, o chamando de Sr. Margarido e até de Pato Donald, onde já se viu? 

Já Margarida, era completamente diferente. Só pensava em querer trabalhar e ir à televisão pra fazer o orgulho de sua mãe, Hortência. Quase sempre suas amigas a cutucavam e falavam de um tal menino de pele branca e olhos castanhos-esverdeados que a olhava como se fosse o mais belo dos oásis.

Margarida, ou melhor dizendo Marge, que virou a "Mamãe Simpson" por um dia ter pintado o cabelo de azul e chocado a todos, sempre dizia que era besteira delas. que nenhum garoto a olharia e outros blá-blás que as colegas logo cortavam-lhe dizendo que era melhor olhar para os lados e se surpreenderia! 

O tempo passou... passou... passou... a formatura estava perto, as novas eram que as turmas eram feitas de publicitários e jornalistas, prontos para mudar o mundo e promover ideias! E algo inédito aconteceu: as duas "filhas" de Comunicação Social resolveram fazer um baile à la Estados Unidos, com Rei e Rainha do Baile e os balangandãs vistos sempre em muitos filmes da época. Margarida não queria ir. João muito menos quando soube por "tititis" que Marge não iria. Mas algo aconteceu! O Destino, resolveu dar a sua intrometida na história.

Marge havia contado a sua mãe sobre o baile com um eventual desânimo e a jovem senhora disse:
- E por que você não iria, filha?
- Mãe, eu tenho que me focar em conseguir emprego e ir para a televisão. Não me preocupar com bailes.

Hortência olhou para a filha com tristeza, não queria que ela perdesse algo tão incrível. E além disso, seus sentidos de mãe lhe diziam que algo surpreendente aconteceria. Aos poucos, conseguiu convencer a filha de  ir ao bendito baile. O tempo passou... passou... passou... e o dia da festa chegou. O tema? Grandes ícones da História. Uma urna para que todos votassem no Rei e Rainha do Baile encontrava-se na entrada do local! 

O grupinho de Marge combinou de se fantasiar de Marilyn Monroe. Por coincidência Johnny e seus amigos se fantasiaram de Joe DiMaggio. (Mas podem ficar tranquilos que não haverá separações ou algo do tipo!) Quando o rapaz viu a moça tão deslumbrante parecia que seu coração iria parar de tanta felicidade. Inclusive foi um custo os amigos o convencerem a ir para a festa! 

E a festa passou com alegria. Os formandos constantemente tiravam fotos, riam, davam uma bebericadinha aqui e ali. Até que a grande hora chegou. Quem seriam os reis daquele lugar? Muito suspense cercava. Os ganhadores foram anunciados! Surpresa geral! Lhe dou um doce se adivinhar...

Margarida e João subiram ao palco sendo ovacionados e ambos ficaram surpresos. Se podia ver que eles eram o casal perfeito. Depois das entregas das coroas, eles fizeram a primeira dança ao som de Duran Duran, banda preferida de Marge. Não havia dito que o Destino iria dar uma intrometida na história? Aquela primeira dança foi o estopim de tudo. 

Marge nunca havia notado de quão Johnny era lindo: a mandíbula em traço forte, o sorriso que (estranhamente) lhe trazia paz, os olhos verdes-jade que pareciam ver o fundo de sua alma. O olhar de um menino. Estava assustada de como em todo o tempo, nunca havia notado.

Johnny estava, se fosse mais possível, apaixonado por aquela moça tímida e determinada. Seu coração inchava mais e mais de amor e adoração por aquela pequena e sentiu que era o momento certo de se declarar!
- Sabe Margarida, eu sempre fui apaixonado por você. Acho que desde o primeiro dia ou segundo quando eu bati meus olhos em você, eu soube... Eu acho que o Destino reserva algo muito bom para nós...

Marge sempre tão reservada fez algo que nunca iria imaginar e ainda iria condenar, talvez, quem o fizesse. Tascou um beijo curto, mas que chamou a atenção e os aplausos de todos que estavam ali. Johnny aprofundou o beijo e procurou transmitir todo o amor que sentia por aquela garota. Até que ouviram um "arranjem uma cama"! 

Envergonhados, saíram do centro da pista de dança. Sentaram-se e trocaram mais beijos, procurando se conhecer mais. Marge viu que se completava em Johnny e Johnny viu que se completava em Marge. Um começo de uma história de amor, clichê, mas muito bonita começava ali.

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